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Imagine um tempo onde fazem quase dois séculos em que não há nenhuma guerra. Nesse tempo nenhuma das pessoas que estão vivas viu uma guerra, e as crianças mal sabem o significado dessa palavra, exceto pelos livros de história "acho que guerra era quando um país lutava com o outro", um diria. "Mas não existem mais países há 120 anos, como pode haver guerra?" alguém pergunta. "Não, acho que se um monte de gente lutasse com um outro tanto seria uma guerra". "Mas quantas pessoas seriam um monte de gente?" "Acho que umas mil..."
Isso foi possível depois da Terra ter sido afetada pela explosão da estrela Hydrus Beta, que se tornou uma supernova. A luz e o calor provenientes da explosão causou vários desastres na terra, dizimando parte de sua população, o céu se tornou verde, e os cientistas logo descobriram que, cento e noventa anos adiante, uma segunda onda de impacto, com os restos da estrela explodida se chocariam contra a terra, e aquele provavelmente seria o fim do planeta. Foi aí que os homens se uniram por um interesse maior, impedir a destruição total da humanidade.
Uchuu no Stellvia conta a história de Shima Katase, que, 189 anos depois da explosão da Hydrus Beta entra na academia espacial da Fundação Stellvia, para aprender pilotagem com o objetivo de ver o céu, não de baixo, mas estando no céu. Todos se preparam para a Grande Missão - Isso é, anular a segunda onda de impacto da explosão estelar, mas, apesar disso, continuam suas vidas normalmente.
Partindo do Peru para a base espacial de Stellvia a bordo de um dispositivo anti-gravitacional, já durante a viagem ela encontra aquela que se tornará sua mais inseparável amiga: Arisa (seria algo como Alice para os ocidentais - esse é um nome difícil de lembrar de modo que, fãs de Bleach que eu conheço e nos quais me incluo que assistiram Stellvia costumam chamá-la de "filhinha do Abarai"), uma jovem brincalhona e espirituosa, além de uma pessoa muito importante que, a princípio, elas acham que deve ser "o dono da barraquinha de doces de Stellvia". Shima, apelidada de Shippon por seus colegas de sala, é muito inteligente, mas, em determinados momentos, fica tão nervosa que não consegue fazer nada direito. Assim, o anime que começa com um clima alegre e trivial, vai se aprofundando com o correr dos episódios e o crescimento dos personagens, para se tornar sutilmente psicológico mais adiante, com os personagens estabelecendo relações profundas entre eles, e se expressando mudamente, a partir de olhares e gestos que trocam uns com os outros. A profundidade do anime em nada fica a dever para a de "Sokyuu no Fafner", anime da mesma produtora que foi feito depois de Stellvia.
o design do anime é lindo. Tanto em termos de cenários, quanto em termos de naves (mas a computação gráfica assusta um pouco no início até nos acostumarmos a vê-la mesclada ao anime), e em termos de roupas. Quando os cosplayers descobrirem Stellvia nossos eventos certamente terão mais brilho com todos aqueles uniformes fofos e coloridos!
Por fim, atentem para a trilha sonora: Toda a parte musical do anime é maravilhosa, mas especialmente as aberturas e encerramentos maravilhosamente cantados por Angela (que fez também a trilha de Fafner). Na verdade, eu cheguei até Stellvia procurando pela versão lenta de "Asu e no Brilliant Road", que descobri ser a música de abertura do anime. E, certamente, não me arrependo pela descoberta. Stellvia é lindo, e viciante.