Páginas

domingo, 26 de outubro de 2008

Economia?

Hoje resolvi postar sobre um assunto que pouco vejo aqui no Multi, e sobre o qual acho que nunca postei. Resolvi falar sobre crises econômicas, dando uma pincelada geral e muito rápida no que eu sei sobre elas.
A primeira coisa a notar é que crises como a que estamos vivendo são parte do processo capitalista como um todo. O único jeito de não haverem crises é não haver capitalismo. Se minha memória não está enganada, desde o século XVII são registradas essas crises dentro dos ciclos econômicos. E se alguém espera viver sem ver uma crise dessas, o que espera, no fundo, é viver muito pouco.
O capitalismo tem um padrão cícilico, e, pelo rumo que o mercado estava tomando, essa crise era previsível há pelo menos uns dois anos atrás: Veja bem, eu não estou falando de tarólogos que sabiam que esse ano é o da roda da fortuna (embora a associação seja absurdamente simples), mas de economistas que fizeram cálculos matemáticos.
A questão da possibilidade de evitar as crises é um pouco controversa na economia. Em geral, não se fala em evitar, mas em estar preparado para quando elas vierem, com planos de contingência variados, e com muito estudo e estratégia para saber o que, e como, fazer. É um imenso jogo de estratégia: Qualquer movimento errado pode acelerar o processo que se vem tentando evitar. Há uma série de variáveis a serem cuidadosamente ponderadas, tanto tomando em consideração o mercado mundial, quanto o mercado interno. Assim, é possível sim sair ganhando com a crise, mas, como já diria Maquiavel, a oportunidade tem que chegar no momento que se está preparado para ela, e precisa ser utilizada com sabedoria.
Para os pobres mortais, o melhor jeito de sobreviver à crise não é deixando o dinheiro embaixo do colchão: Se você tem economias, aplique-as em investimentos variados. Se não tem, fuja de parcelamentos e dívidas como o vampiro foge do sol. Compre nas promoções, não compre quando os preços aumentarem.
Por fim, sobre essa crise específica, eu estou acompanhando muito pouco. A minha opinião, no entanto é a de que aqueles que dizem que essa é "a maior crise da história do capitalismo", como li numa manchete de revista uma ou duas semanas atrás, está exagerando. A crise vai, sim, afetar nosso país, nossos padrões de consumo (que já estavam balançados desde o ano passado, sejamos sinceros), vai reduzir os empregos em certos setores, e podemos esperar uma recessão do cão nos próximos anos. Contudo, tudo o que podemos fazer é nos adaptar e saber que o que estamos vivendo é parte de um tipo de processo que já foi vivido tantas outras vezes.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Oráculo do dia

Esse vem do I-ching, o Livro das Mutações. Como pro chines tudo só pode ser analisado dentro de um contexto, dou o meu. Estou cansada de dar aula. Quero fazer outras coisas. No início do semestre, pensei em dar bem menos aulas do que estou dando, e ajudar o Chronos com as coisas dele, ou procurar um emprego em outra área. Mas surgiu uma oportunidade muito boa de dar aula, cujos horários batiam exatamente com os meus tempos livres, e acabei indo. Nessa escola nova, a coordenadora me perguntou essa semana se quero assumir mais uma aula, às sextas. Mas as sextas são um dia que está completamente livre, e eu estou muito feliz com o fato de que os meus fins de semana têm três dias. E dois dias só não tem dado para descansar. Então, perguntei ao i-ching se é sábio assumir essas outras aulas, pensando que, ao assumí-las, me alivio um pouco financeiramente. Eis minha resposta.

"Dificuldade em ir, retornar leva à união." Pois deve-se colocar no lugar da honestidade.

Pronto. Carta branca para ser sincera e dizer que não quero pegar essa aula pois quero me dedicar a projetos pessoais nas sextas feiras.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Sobre os amanheceres

Uma coisa não posso reclamar desse semestre: Meus horários estão racionais em relação à hora em que eu tenho que sair de casa para trabalhar. Saio entre 7 e 7 e 15 todos os dias. Não é cedo, nem desequilibrado como semestre passado. Além disso, como já estou acabando a faculdade, só tenho aula em uma noite.
Esses fatores têm gerado, agora que os dias voltaram a ser maiores do que as noites, uma deliciosa sensação que não tinha já há um bom tempo: Meu relógio biológico está se alinhando com o nascer do sol. É uma delícia! Todas as manhãs, quando o dia começa a clarear, eu acordo, espontaneamente, e sem a sensação de sono. Isso tem acontecido, essa semana, por volta das 5:30.
E hoje - que o dia, além de tudo, não amanheceu nublado, eu parei prá pensar o que estou fazendo desse tempo. Antigamente, quando isso ocorria, eu acordada - e não importava a opinião das outras pessoas de que essa não era hora de levantar - e começava meu dia. Agora, eu volto para a cama. E, na hora que o despertador toca, estou com sono.
Tenho que voltar a encontrar forças para começar meu dia quando meu organismo pede - pelo menos, enquanto eu posso. Pelo menos, para compensá-lo pelo tanto de tive de forçá-lo no inverno, pelo tanto que ele reclamou de estar se movendo tão antes do sol nascer.
Minha relação com o sono foi uma das coisas que mudou depois do Chronos - eu me tornei muito preguiçosa. Mas, talvez, indo além das aparências, isso não seja bom para mim. É muito gostoso descansar nos braços de quem se ama. E essa sensação seduz. É um conforto sem igual nesse mundo. Mas qual é o momento de sair do conforto para produzir, para realizar coisas belas nesse mundo?
Vou tentar acordar quando meu organismo pedir. Seja para anotar os sonhos decentemente, o que eu não tenho conseguido fazer nos últimos tempos, seja para praticar um pouco de Yoga, para uma sedução matinal, para escrever alguma coisa, preparar meu próprio café. Sinto que esse é o momento de dar esse passo, e, com ele, crescer um pouco. Se, essa é minha natureza, aceitá-la só me fará melhor.