Páginas

terça-feira, 12 de dezembro de 2006

Um pouco sobre uma interpretação mística do conceito de arquetípico

Comecei a escrever esse artigo no blog há bem mais de seis meses, mas, como uma das muitas coisas que escrevo e falo "blah, isso não está bom", deixei em stand-by para aperfeiçoamento ou descarte posterior. Sobre outro ponto de vista completamente diferente, no entanto, o mesmo tema surgiu em minha mente há cerca de uma semana atrás, e ter achado esse rascunho é uma daquelas provas de que não existem coincidências
Quando comecei a escrever esse artigo, me baseava em discussão na qual, certa noite do ano passado, eu dizia ao meu noivo, quando conversávamos sobre um ponto de nossa vida religiosa. "essa história que você está me contando é bem arquetípica", e ele ficou sem saber se ser arquetípico é bom ou ruim. de fato, às vezes algumas opiniões a esse respeito causam uma bagunça mental danada!
Aqui, e em minha conversa, estou usando o termo "arquétipo" dentro de uma perspectiva jungiana, mas li muito pouco de Jung para me aprofundar nesse aspecto em especial. Assim, falo através das interpretações de Jung que fui lendo pelo caminho

De alguma forma, a idéia da existência de formas arquetípicas pode ser traçada até o grego Platão, que escreveu sobre a existência de um "mundo das idéias", do qual o que percebemos no nosso mundo é apenas um reflexo e, através da abstração, o homem pode compreender melhor ou pior os conceitos desse mundo, de modo que, quanto melhor alguém o compreende, mais próximo da essência das coisas esta pessoa está, sendo, portanto, o conhecimento do mundo das idéias um atributo positivo.
Através dos quase 2.500 anos que nos separam de Platão, variadas interpretações, das mais racionais, às recheadas do mais puro misticismo e conhecimento mágico (e até mesmo de charlatanismo retórico) foram sendo criadas tomando como base essa idéia expressa por Platão.
Quando preciso falar dessa idéia sob um ponto de vista mágico, digo que o mundo das idéias é constituído por massificações energéticas presentes na natureza, muitas vezes sob aspectos bastante variados, que podem ser apreendidas em sua forma física no mundo dos sentidos, mas que geram vibrações que remetem às essências dos mesmos.
Joseph Campbell, ao estudar mitologia comparada, chega a conclusões semelhantes: Mitos, de partes diferentes do mundo das quais não se pode comprovar qualquer registro de que tenham estabelecido contato umas com as outras, apresentam elementos arquetípicos semelhantes, isto é, remetem à mesma massificação energética no mundo das idéias. Assim, quando digo que determinada história é arquetípica, quero dizer que percebo a conexão dela com um desses conceitos. Quer dizer, é uma história que pode nos ensinar algo relacionado a uma essência pertencente a uma espécie de patrimônio coletivo da humanidade de todas as épocas.

Agora vem a parte mais especulativa desse artigo. Tudo o que eu disser daqui para diante é mera especulação que, se eu tivesse um pouco de juizo, não ousaria escrever, pois estudei muito pouco das coisas em questão.

Nas suas relações com os seus deuses, as religiões ditas "neo pagãs" embora esse não seja necessariamente o melhor ou o mais correto nome para isso,