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quarta-feira, 7 de março de 2012

Sobre viagens

“Dois dias de viagem apartam um homem – e especialmente um jovem que não criou raízes firmes na vida – do seu mundo cotidiano, de tudo quanto ele costuma chamar seus deveres; interesses, cuidados e projetos; apartam-no muito mais do que esse jovem imaginava (...). O espaço que, girando constantemente, se interpõe entre ele e o seu local de origem, revela forças que geralmente se julgam privilégio do tempo; produz de hora em hora novas metamorfoses íntimas, muito parecidas com aquelas que o tempo origina, mas em certo sentido mais intensas ainda.”

Thomas Mann - A Montanha Mágica

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Que histórias seu corpo conta?

Esse post é uma blogagem para o quinto tema do Mosaico de reflexões. O tema é exatamente o título desse post, e o selinho desse tema está aqui:


As fotos que se encontram nesse post são de páginas de scrap feitas com fotos minhas (e, ocasionalmente, de outras pessoas junto), que eu mesma fiz. Para conhecer meu trabalho com artesanato, visite meu blog específico, o Lorien´s Workshop.


Acho que meu corpo conta muitas histórias de antes de mim. Mostra de onde meus ancestrais vieram. Costumo brincar que eu herdei o pé gordinho da minha vó, que só cabe confortavelmente em sapatos um número maior que o necessário pelo comprimento do pé, mas não herdei os lindos olhos claros dela. Pelo que me lembro, só um de todos os meus primos os herdou. 


Eu tenho sardinhas, e várias manchas na pele. De um tempo em que minha família tinha dinheiro para morar em um apartamento com piscina, e que podíamos ficar o verão inteiro correndo e brincando na água, e ao redor dela, sem medo dos perigos dos raios ultravioleta, do câncer de pele. Hoje em dia, para pegar aquele sol todo, só se fosse com protetor de alto fator UV. Naquela época, a beira da piscina era o local onde mais me divertia, socializava com outras crianças... Tenho saudades até hoje.



Nunca quebrei ou torci qualquer osso, nunca levei um ponto na vida. E espero não levar tão cedo! Poderia falar de como isso me levou a, quando comecei a pensar em tentar engravidar ir pesquisar sobre lugares bons prá parir, e como descobri os médicos inescrupulosos, a máfia das cesárianas, e que por isso, na minha medida, falo sobre parto normal, natural e humanizado para quem quer que eu possa. Ativismo? Alguns chamam assim. Eu espero que quando eu finalmente tiver meu(s) bebê(s) eu não precise ter uma cicatriz de cesárea, como mais de 50% das mães brasileiras, inclusive a minha mãe. Mas, como existem os (raros) casos de cesárea bem indicada, não dá para descartar completamente essa possibilidade.

Tatuagens, ainda não fiz. Confesso que tenho medo de como elas ficariam quando eu envelhecer. E, se for para fazer, quero fazer em um lugar onde eu veja sempre. Porque deve ser a marca de algo que seja significante para mim, ela deve me lembrar alguma coisa. 

Ainda estou esperando (e já faz quase um ano!) um atendimento ortopédico decente, que me explique bem o que aconteceu com meu tornozelo direito. Tomo a única precaução que parece mais eficaz, andar sempre com calçados de solado duro. Mas ainda assim, algumas vezes, ele incha muito mais que o normal, o pé não cabe em qualquer sapato ou sandália. Isso me preocupa um pouco, principalmente por não saber se um dia eu poderei voltar a dançar, ou fazer artes marciais. Mas nem tanto. Entendo que eu, teimosa como sou, não teria parado se os deuses não tivessem puxado as rédeas. Entendo esse estranho problema no tornozelo como um duplo aviso, e como um chamado. E tenho tentado atender a ele.


Eu uso óculos praticamente o tempo todo. Eles são extensões do meu corpo. Tiro para tomar banho e dormir. Minha visão é muito ruim sem eles, tem momentos em que, sem eles, só vejo borrões, como se o mundo inteiro estivesse com o filtro gaussian blur do photoshop. E, com o passar dos anos, eu aprendi a gostar muito dos meus óculos. Mas isso levou tempo. E eu também tive que aprender a escolher o modelo e a cor certa, que eu gosto. O óculos que estou usando hoje, é o terceiro muito parecido. Não troco com frequencia, entre outros motivos por que as lentes são caras. Então com o tempo aprendi a comprar também armações de qualidade. É uma pena que as armações que eu mais gosto, com clipe para óculos de sol, estão saindo de linha. Por causa daquelas lentes que escurecem sozinhas. Eu realmente prefiro o clipe de óculos de sol, sofro por antecipação por saber que, provavelmente, da próxima vez que precisar trocar não vou achar mais armações com clipe. Melhor cuidar dessas com muito cuidado.


Atualmente, meu cabelo está ao natural. Mas ainda tem uma ponta castanha, de quando eu pintava. Comecei a descolorir o cabelo, com luzes, quando entrei na faculdade. Até fazer isso, eu detestava o meu cabelo do jeito que era. Durante a faculdade, usei o cabelo com luzes, pintado de loiro, ruivo (não vermelho, mas "cabelo de bárbara", como dizia uma amiga), castanho. Quando estava quase decidida a parar de pintar, coloquei um castanho um pouco mais escuro. Decidi não pintar todo do tom natural, porque assim, se me desse vontade de voltar a pintar, a tinta pegaria. Isso foi quando acabei a faculdade. 

E acabei percebendo que já tinha aprendido a gostar do meu cabelo, mesmo do tom natural. Por coincidência, quando ele estava tingido só na metade de baixo, entrou na moda a "tintura californiana", e as pessoas que não me conheciam a longo tempo achavam que era intencional, o que era só o tempo tomando seu curso. Quase não da mais para perceber as pontas castanhas. E os cabelos brancos, que todo o mundo imaginava que fossem chegar cedo, pois no meu pai começaram a chegar quando entrou na casa dos 20, ainda não começaram a aparecer. Ainda penso "quem sabe um dia eu pinte novamente o cabelo?", mas, por enquanto, esse dia me parece distante.

Hoje, eu gosto do meu corpo do jeito que ele é. Com as marcas que tenho, e com as que não tive. Aprendi a gostar de mim, e não foi fácil. Aprendi a dar ouvidos a algumas opiniões, mas não a outras, a não me magoar tanto.

E você? Vai se juntar a nós nesse mosaico de reflexões? Ainda há tempo!




sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Bichos e Bruxas - Vila Mariana

Neste fim de semana, estarei atendendo no evento Bichos e Bruxos, um evento beneficente em prol do Quintal de São Francisco, que cuida de animais abandonados.


Eu acompanho o trabalho do Quintal de São Francisco de longe há alguns anos, e estou muito feliz em poder ajudar! Farei consultas de numerologia, focando o ano de 2012. Prestigiem, vai ser muito interessante!

Um pouco sobre ativismo animal: Há vários modos de fazer a sua parte. Eu tenho quatro gatos em casa, adotados diretamente da rua. Três deles fazem um ano semana que vem, e, só depois de adotá-los que eu vi como é caro manter um bicho. Se fosse só a ração, até nem seria um problema tão grande. Mas, para a saúde deles (e nossa), eles precisam ser castrados, vacinados, vermifugados com uma certa periodicidade, e anda precisam de outros cuidados: No caso dos gatos, manter a caixa de areia limpinha não é fácil. E, para que eles sejam dóces e não destruam a casa (hehehe), ainda gostam de brinquedos e arranhadores. Aí, é precsiso uma caixa de transporte, para levar ao vet, coisinhas separadas para higienizar o lugar deles, jeitos de manter os pelos sob controle... é uma reação em cadeia!

Se você não tem tempo/paciência/condções de adotar um gatinho ou cachorrinho, o melhor a fazer é colaborar em ações como as do Quintal, onde você ajuda a manter um lugar onde bichos que estariam na rua são tratados com respeito, alimentados e recebem todos os cuidados necessários.

Espero vocês no Bichos e Bruxos!

terça-feira, 5 de julho de 2011

Leaving on a Jet Plane

Essa semana cantei, alto e catárticamente, no meio da rua. Não faz nem uma semana, e parece uma eternidade. Que bom!
A idéia era escrever um texto estruturado, mas, onde era mesmo que eu tinha lido sobre o "nostos", o retorno do herói, que deu origem à nossa palavra "nostalgia", a dor pela saudade do que não pode voltar? Fazem tantos anos! Mas esse é um tema que está comigo. Sempre. E volto a ele. Falei um pouco dele no meu último post, pensei que houvesse escrito, no passado, mais sobre isso aqui, mas não acho. Nostalgia, prá mim, vem de antes que eu nascesse.
Não estruturo o texto. Choro, Chro me vê chorando, explico tudo em poucas palavras. Ele pede mais, e eu digo. Ele se atrasa um pouco. Canta junto. Mas logo vai trabalhar.
Nostalgia é uma coisa que trabalho em mim mesma, com poemas e canções específicas. Quando conheço uma nova, decoro. E vou lembrando ao longo da vida. Essa já está comigo há 13 anos e meio. E ainda me emociono. Hoje choro pelo que chorava quando mal entendi a letra, e por tudo o que senti antes e refleti com a música. Me dou conta que criei mais um significado para ela. And I still hate to go...



All my bags are packed I'm ready to go
I'm standin' here outside your door
I hate to wake you up to say goodbye
But the dawn is breakin' it's early morn
The taxi's waitin' he's blowin' his horn
Already I'm so lonesome I could die

So kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
Cause I'm leavin' on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh babe, I hate to go

There's so many times I've let you down
So many times I've played around
I tell you now, they don't mean a thing
Every place I go, I'll think of you
Every song I sing, I'll sing for you
When I come back, I'll bring your wedding ring

So kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
Cause I'm leavin' on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh babe, I hate to go

Now the time has come to leave you
One more time let me kiss you
Then close your eyes I'll be on my way
Dream about the days to come
When I won't have to leave alone
About the times, I won't have to say

So kiss me and smile for me
Tell me that you'll wait for me
Hold me like you'll never let me go
Cause I'm leavin' on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh baby, I hate to go

Cause I'm leavin' on a jet plane
Don't know when I'll be back again
Oh babe, I hate to go

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Pacto Oculto

4:55, Barra Funda. Depois de um dia de muito sol, chuva-e-sol, com trovões. Entre os transeuntes, um pacto silencioso: Todos andavam sem frescura ou medo, sem guarda-chuva, aproveitando as bênçãos do Céu.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Comprando uma camiseta


Chronos e Lórien estão voltando para casa depois da chuva, quando Lórien vê algo que lhe chama a atenção, e puxa Chronos de volta para a frente da vitrine de uma loja de roupas aparentemente sem graça.
Ló: Olha Chronos, essa camiseta tem os nomes dos ventos!
Chro: (fazendo cara de heinh, e demorando alguns segundos para mudar de assunto) - Hum, é....
Ló: (terminando de contemplar a camiseta, e puxando Chronos para dentro da loja): Parece que você acaba de ganhar uma camiseta.



No fundo da loja, umas quatro mulheres, aparentemente todas vendedoras, olhando com uma cara um pouco surpresa. Lórien e Chronos se dirigem à mais próxima:
Ló: Eu queria ver uma camiseta daquela lá da frente. Para ele.

Vendedora: Aquela é a última
Ló: Então aquela mesmo!

Chro: Que tamanho é?
Vend: é M.
Ló: Mas acho que vai servir.
Chro: Tem provador?
Vend: Tem sim.
Chronos experimenta a camiseta. Serve, apesar de não ser do modelo que ele está acostumado. Os dois vasculham a loja, à procura de mais algum achado.
Nada na loja se parece nem meramente com essa camiseta. Enquanto andam entre as araras, ainda se olham, surpresos e pasmos com o súbito achado, tornado ainda mais fantástico pela sua singularidade, no meio daquela loja tão insípida. Ainda um pouco decepcionada por não encontrar mais nada interessante, Lórien paga (está um pouco caro, mas quem se importa?), e ambos voltam para casa, num clima ainda um pouco onírico.
O que uma camiseta única, que é a última da loja, estaria fazendo na vitrine? Esse é um mistério inexplicável. Mas, por aqui, já aprendemos a confiar, mesmo quando não compreendemos.
Ah, os gatos também aprovaram! Ficaram doidos quando viram a camiseta!



quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Livros lidos em 2010

Bom dia!

Embora ninguém tenha me respondido concretamente, anuncio aqui minha tentativa de postar uma vez por semana nesse blog. Vou usar a tag postsemanal2011 para marcar, e, se alguém mais tiver à fim, embarque nessa.

Fiquei pensando sobre o que blogar, e, procurando inspiração, percebi que não postei a lista de livros lidos de 2010, sendo que eu tinha postado a de 2009 e a de 2008. Os posts originais são sempre para o Grupo de Estudos de Literatura Fantástica, onde temos essa tradição.

Depois que eu mudei de casa no meio do ano, no entanto, minha agenda andou sumida por uns meses, e as anotações dos livros lidos desandaram. Então, eu lí mais que isso, mas esses foram os que eu anotei que li. No geral, considerei o ano bastante produtivo para leituras. Li muitas coisas de fantasia e menos coisas sérias, por ter começado outra faculdade, e ter as leituras de lá para fazer. Peguei muitos livros emprestados com amigos e fiz carteirinha na biblioteca Viriato Correia, que tem um espaço temático de literatura fantástica e sedia parte dos encntros do GELF.

Bem, aí vai a lista

1. Lua Nova (série Crepúsculo)
2. O aprendiz de morte (Discworld)
3. O Monge e o executivo (me surpreendeu - é bom!)
4. Bestiário (Cortazar)
5. Os Filhos de Anansi (Neil Gaiman - Excelente!)
6. O Oitavo Mago (Discworld)
7. Sete perguntas para um dragão (outro excelente!)
8. Estranhas irmãs (Discworld)
9 a 13.Percy Jackson e os olimpianos - série completa
14. A bússola de ouro (Fronteiras do Universo)
15. A Faca Sutil (Fronteiras do Universo)
16. Pirâmides (Discworld)
17. Sangue de Lobo